Com a chegada do verão, as altas temperaturas aumentam o risco de acidentes com animais peçonhentos. De acordo com o Ministério da Saúde, as ocorrências podem subir até 40% nesse período. Segundo o biólogo Samuel Iginio, uma série de fatores contribuem para o aumento dos acidentes.
“Na estação passada, tivemos a reprodução de alguns animais, como os escorpiões, o que elevou a população. Agora, estamos no período reprodutivo de outros, como algumas serpentes, aumentando a atividade e o risco de encontros. Além disso, as chuvas enchem as redes de esgoto, forçando alguns organismos a buscarem novos locais. Outra consequência do período chuvoso é o crescimento de vegetação, que acabam servindo de abrigo para esses animais. Não podemos esquecer que, no verão, muitas pessoas estão de férias e procuram áreas verdes, o que intensifica a atividade nesses espaços e, consequentemente, os acidentes.”
Para evitar interações não desejadas, o biólogo sugere algumas medidas simples:
Na área urbana:
- Mantenha os lotes e espaços próximos à residência limpos.
- Vede portas, frestas, ralos e outras possíveis entradas.
- Evite acumular materiais que possam servir de abrigo, como entulhos.
- Observe bem antes de manipular qualquer material que esteja parado há muito tempo.
Na área rural:
- Bata calçados e roupas antes de usar.
- Se possível, tenha galinhas soltas no quintal.
- Evite andar descalço ou de chinelo no ambiente externo.
- Não mate os gambás, eles comem cobras e escorpiões.
- Observe bem atrás de móveis, dentro de guarda-roupas e outros locais escuros.
Samuel também destaca o que fazer caso ocorra um acidente com esses animais. “Cada acidente exige um tratamento específico. Se possível, identifique o animal; uma foto pode ser muito útil. Em casos de aracnídeos, saber se foi uma aranha ou escorpião já é de grande ajuda. No caso das serpentes, identificar se tinha chocalho, qual cor ou o tamanho, são características úteis. Cada acidente provoca um efeito específico no organismo, e o médico consegue identificar o animal através dos sinais e sintomas do paciente. Entretanto, toda informação adicional agilizará o tratamento, e todo procedimento é mais eficaz quando iniciado rapidamente. Não tome nenhuma medicação, lave o local com água e sabão e procure ajuda o mais rápido possível. Devemos ter atenção redobrada com crianças, idosos e imunossuprimidos”, conclui.