Durante a reunião ordinária da Câmara Municipal realizada nesta quarta-feira (9), o presidente do SEVOR (Serviço Voluntário de Resgate), Renato Luiz Carvalho, fez uso da Tribuna Popular para apresentar um panorama completo sobre a atuação da instituição, seus recursos, conquistas, desafios e projetos futuros.
Em sua fala, Renato ressaltou que foi a primeira vez, em 25 anos de história do SEVOR, que a entidade utilizou oficialmente a tribuna da Câmara. O objetivo, segundo ele, não foi fazer reclamações ou solicitações, mas sim prestar esclarecimentos e dar visibilidade à trajetória e ao trabalho da equipe de voluntários.
Ele contou que a entidade foi fundada em 1988 a partir de um grupo de escoteiros e formalizado como pessoa jurídica no ano 2000. O SEVOR atua em atendimentos de urgência e emergência em João Monlevade e cidades vizinhas, especialmente em rodovias estaduais e federais. Até 2019, o Sevor atuava em espaços cedidos, como na rede Graal e no Posto Lulu. A sede própria da entidade, inaugurada em fevereiro de 2019, foi construída com recursos exclusivamente oriundos da população, sem verba pública, em um terreno cedido pela Prefeitura por meio de um termo de cessão de uso.
Renato detalhou a estrutura operacional atual da instituição, que conta com quatro ambulâncias, sendo duas cedidas pelo município; duas motolâncias adquiridas com apoio do Judiciário; um veículo auto salvamento doado por uma instituição Pro-Vida de Sorocaba; um veículo de coordenação operacional doado por um morador de Itabira; um veículo administrativo cedido pela Prefeitura, anteriormente pertencente à Câmara Municipal. Além disso, a entidade mantém uma ambulância antiga como peça histórica.
O presidente ainda relatou que atualmente, o SEVOR possui cerca de 70 voluntários, sendo 50 deles atuantes em ocorrências. A instituição é credenciada ao Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais, sendo o primeiro grupo do estado a obter esse reconhecimento.
Sobre os recursos, o presidente explicou que o SEVOR se mantém com cerca de R$ 5 mil mensais provenientes de doações da comunidade e empresas locais, além de R$ 6 mil repassados mensalmente pela Prefeitura, através de um acordo de cooperação que está em processo de renovação.
Renato aproveitou o momento para agradecer o apoio da população e de todos que acreditam no trabalho do SEVOR. Ele finalizou fazendo um pedido aos vereadores para viabilizar a aquisição de mais duas ambulâncias ainda neste ano, uma vez que os veículos atuais, com até 20 anos de uso, já não suportam mais a demanda com segurança e eficiência. “Vestir o uniforme do SEVOR é carregar o peso da confiança de toda uma comunidade. Seguimos com o compromisso de servir com dedicação e responsabilidade”, declarou.
O presidente da casa, Fernando Linhares (Podemos), expressou orgulho e gratidão pela atuação do SEVOR, destacando a credibilidade, o respeito e a referência que o grupo representa para João Monlevade e região. Reconheceu o SEVOR como um precursor dos grupos de resgate voluntário locais e ressaltou sua eficiência e agilidade no atendimento às ocorrências, mesmo diante das dificuldades enfrentadas.
Linhares reconheceu que o apoio do município ainda é limitado e mencionou que, apesar do “cobertor curto”, há esforço para atender às demandas das associações e entidades parceiras, como o SEVOR. Ele comemorou a notícia de que uma ambulância será adquirida via emenda parlamentar e se comprometeu a buscar mais parcerias e alternativas para apoiar o grupo, inclusive através de deputados e possíveis convênios com empresas locais.
Além disso, sugeriu a criação de iniciativas como o “troco solidário” com o comércio local e convidou o presidente do SEVOR para uma reunião, a fim de discutir propostas e ver de que forma a Câmara pode, dentro da legalidade, contribuir com a causa.
Presidente da Liga Monlevadense de Futebol também usa a Tribuna Popular
Ainda na reunião presidente da Liga Monlevadense de Futebol (LMF), Werton Conceição Santos, fez uso da Tribuna Popular para apresentar o trabalho realizado pela entidade, além de destacar seu histórico, ações sociais desenvolvidas em parceria com a comunidade e as dificuldades enfrentadas no transporte dos atletas.
Werton relembrou que a Liga é uma instituição tradicional do município, com aproximadamente 74 anos de atuação, e que, apesar das dificuldades enfrentadas nos últimos anos, um trabalho de resgate institucional vem sendo realizado com o apoio de voluntários e membros da comunidade.
Entre as iniciativas de destaque, foi mencionado o projeto “Bom de Bola, Bom na Escola”, que atualmente atende cerca de 120 crianças, oferecendo aulas de futebol e reforço pedagógico, sem uso de recursos públicos. O projeto acontece no Estádio Louis Ensch, com atividades às terças e quintas-feiras, e conta com o envolvimento de professores e voluntários.

Werton também anunciou o lançamento do novo projeto “Bola Cheia”, previsto para o dia 26 de abril, às 8h, com o objetivo de aproximar os jovens atletas de alto rendimento de oportunidades no esporte profissional, inclusive com parcerias com profissionais da cidade de Contagem e a introdução de técnicas de atletismo.
Outro ponto abordado foi a questão do transporte dos atletas, especialmente a dificuldade de atender bairros como Santa Bárbara e Carneirinhos. O presidente da LMF defendeu a importância do projeto como o Tarifa Zero, citando como exemplo o transporte gratuito oferecido atualmente aos participantes dos projetos da Liga, sem uso de dinheiro público. Ele incentivou os vereadores a conhecerem de perto as ações desenvolvidas pela Liga e reforçou o convite para o evento de lançamento do novo projeto.
Por sua vez, o presidente Fernando Linhares, parabenizou Werton por sua atuação à frente da Liga Monlevadense de Futebol e destacou a importância de buscar parcerias com a Secretaria de Esportes para fortalecer projetos esportivos. Ele defendeu mais investimentos no esporte, não apenas no futebol, mas em todas as modalidades.
Sobre o transporte público e o modelo de tarifa zero, Fernando ressaltou que o Brasil enfrenta desafios econômicos e que, para custear um transporte gratuito de qualidade, é preciso aumentar a arrecadação municipal. Ele também destacou que o que existe hoje na cidade não é tarifa zero verdadeiro, mas é um passo que já beneficia parte da população mais necessitada