Com o objetivo de fornecer informações precisas sobre as condições climáticas e hidrológicas, fundamentais para subsidiar as ações das defesas civis e minimizar riscos de tragédias causadas por chuvas intensas na região, foi realizada pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) na tarde desta quarta-feira, 08, a 3ª Reunião de Avaliação das Condições Hidrometeorológicas da Bacia do Rio Doce. O encontro contou com a participação de representantes do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), do Serviço Geológico do Brasil (SGB/CPRM) e do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). A reunião foi acompanhada pela Câmara Técnica de Gestão de Eventos Críticos do CBH Doce (CTGEC).
Durante o encontro, Marcelo Seluchi, representante do Cemaden, destacou que, neste mês, a chuva está acima da média, uma vez que, nos sete primeiros dias do ano, choveu 63,3 milímetros, que representa mais de um terço da precipitação esperada para o mês, que é de 173 milímetros. “Para os próximos sete dias, teremos chuvas com previsões acima da média. Já do dia 16 de janeiro até o dia 22, continuaremos com chuvas, de normal a acima do normal. Então, serão duas semanas com chuvas importantes. Nos próximos 14 dias, teremos cerca de 150 milímetros de chuva. Vamos ficar de olho na situação dos próximos dias”, destacou.
Em seguida, Fábio Rocha, representante do INPE, enfatizou que há alguns acumulados de chuvas e que essas devem se intensificar nos dias 10 e 11 de janeiro na Bacia do Rio Doce, sobretudo entre o centro-leste de Minas Gerais e o Espírito Santo, onde se localizam cidades como Ouro Preto, Mariana, Governador Valadares, Caratinga e Manhuaçu, além de municípios pertencentes ao Vale do Aço, em Minas Gerais; e, no Espírito Santo, os municípios de Colatina e Linhares. “É uma região que deve ficar atenta, porque pode receber um volume de chuva mais significativo ainda nos próximos dias.”
Cota de alerta em algumas cidades da Bacia do Rio Doce
Na Bacia Hidrográfica do Rio Doce, o Sistema de Alerta Hidrológico da Bacia do Rio Doce (SAH Doce) realiza um monitoramento que abrange 16 municípios localizados na calha principal dos rios Piranga, Piracicaba e Doce, sendo eles: Açucena, Aimorés, Antônio Dias, Baixo Guandu, Colatina, Conselheiro Pena, Coronel Fabriciano, Galileia, Governador Valadares, Ipatinga, Linhares, Nova Era, Ponte Nova, Resplendor, Timóteo e Tumiritinga.
De acordo com Breno Guerreiro da Motta, representante do SGB/CPRM, as cidades de Governador Valadares, em Minas Gerais, e Colatina e Linhares, no Espírito Santo, podem entrar na cota de alerta na próxima semana, considerando as previsões de chuvas apresentadas.
“Para os próximos dias, o que esperamos é uma situação estável em Governador Valadares. Se as chuvas previstas acontecerem, pode haver uma elevação, mas, em curto prazo, não há problemas. Em um prazo mais longo, provavelmente causará uma subida, mas sabemos que as chuvas têm uma incerteza muito grande. Ainda assim, há a possibilidade de que Governador Valadares entre em situação de alerta na próxima semana. Com os dados que temos hoje, não deverá atingir a cota de inundação, mas, com certeza, vamos intensificar o monitoramento para manter a Defesa Civil do município informada”, pontuou.
Já o município de Colatina, no Espírito Santo, deve entrar na cota de alerta e, em seguida, regredir para uma cota mais baixa. “Sabemos que as inundações lá ocorrem muito facilmente, então, é um ponto muito importante. Aparentemente, haverá uma elevação, que pode atingir a cota de alerta”, destacou. Em Linhares, com base nos dados disponíveis, está prevista uma estabilidade. Porém, a partir dos próximos dias, o nível pode subir e alcançar a cota de inundação.
Os boletins emitidos pelo SGB/CPRM auxiliam na tomada de decisões frente a situações de risco e impedem o compartilhamento de informações falsas relacionadas a enchentes durante o período chuvoso. O boletim de monitoramento pode ser acessado por meio do seguinte link:
A próxima reunião do grupo foi agendada para o dia 29 de janeiro, mas poderá ser antecipada pela Coordenação de Eventos Críticos, conforme o desenrolar da situação hidrometeorológica na Bacia do Rio Doce.