Dia Mundial do Doador de Sangue: um ato de solidariedade que pode salvar vidas

José de Castro, de 58 anos, que há muitos anos visita o HMC a cada dois meses para fazer doação. Foto: Divulgação

Dia 14 de junho é celebrado o Dia Mundial do Doador de Sangue. A data tem como objetivo agradecer a todos os heróis anônimos que se dedicam a salvar vidas. Instituído pela Organização Mundial da Saúde (OMS), este dia também visa conscientizar a sociedade sobre a necessidade de aumentar o número de doadores nos bancos de sangue.

A doação de sangue é um ato simples, porém de muito impacto. Cada doação pode salvar até quatro vidas e é vital para tratamentos de cirurgias complexas, câncer, doenças crônicas e cuidados com prematuros. Em muitas situações, a disponibilidade imediata de sangue pode fazer a diferença entre a vida e a morte.

Esse foi o caso do Heitor, de um ano e cinco meses, filho de Vanessa Cristina, que precisou de uma transfusão de sangue devido a uma condição grave que causa a paralisação nos rins. A doença provocou anemia e outras perdas nos componentes sanguíneos.

Vanessa relata que seu filho já recebeu duas transfusões no Hospital Márcio Cunha. Felizmente, o HMC tinha bolsas de sangue disponíveis, mas, segundo ela, o processo não foi simples. “O hospital teve que fazer o teste em vários tipos de sangue diferentes, porque mesmo sendo O positivo, não encontravam uma bolsa 100% compatível com os componentes sanguíneos do meu filho,” conta Vanessa.

Em cada bolsa, são coletados no máximo 450ml de sangue e todo sangue doado é separado em diferentes componentes, hemácias, plaquetas e plasma. Dessa forma pode beneficiar mais de um paciente com a unidade coletada. Os componentes são distribuídos para atender aos casos de emergência e aos pacientes internados.

A demora para realizar uma transfusão de sangue a um paciente como o Heitor pode resultar em complicações graves que afetam todos os sistemas do corpo e podem ser fatais. Por isso, é crucial sempre ter bolsas de sangue disponíveis.

Segundo Vanessa, essa experiência a ensinou uma lição sobre a importância da doação de sangue. “A gente tem que ter consciência e doar, porque pode ser que não precise hoje, mas pode precisar amanhã. Não podemos esperar a necessidade para se tornar um doador. Só quando a gente sente na pele é que tem a dimensão do quanto realmente é importante.”

O processo de doação é seguro e simples, envolve um cadastro rápido, uma triagem médica para garantir a segurança do doador e do receptor, a coleta que dura cerca de 10 minutos e um breve período de observação. O corpo humano é capaz de repor o volume de sangue doado rapidamente, garantindo que os doadores não sofram efeitos adversos.

Quem confirma a informação é José de Castro, de 58 anos, que há muitos anos visita o HMC a cada dois meses para fazer doação. “O processo de doação é tranquilo, não passo mal, não dói, não sinto desconforto. Pelo contrário, me sinto muito bem depois que faço a doação. É muito bom saber que posso ajudar as pessoas e, quem sabe, salvar uma vida”, afirma.

A motivação inicial para José se tornar um doador veio de uma necessidade familiar, quando seu cunhado precisou de sangue para um cateterismo. A partir desse evento, ele percebeu a importância de manter o estoque de sangue abastecido e decidiu fazer a sua parte. “Depois desse caso na família, percebi a importância da doação, de ter um estoque de sangue”, explica José.

A OMS e os serviços de hemoterapia em todo o mundo incentivam a doação regular e voluntária de sangue. A regularidade nas doações ajuda a manter os estoques de sangue estáveis e preparados para emergências e situações críticas. Homens podem doar a cada dois meses, enquanto mulheres podem doar a cada três.

Os critérios para se tornar doador de sangue incluem ter entre 16 e 69 anos, pesar mais de 50 kg, estar em boa saúde, não estar grávida ou amamentando e não ter feito tatuagem ou maquiagem definitiva nos últimos 12 meses.

Aos 58 anos, José sabe que poderá doar sangue até os 69 anos, e por isso, sente a urgência de conscientizar outras pessoas para que sigam seu exemplo. “Tento conscientizar as pessoas porque daqui a pouco não vou poder mais doar”, diz ele.

Neste Dia Mundial do Doador de Sangue, deixemo-nos inspirar por José e por todos os doadores que dedicam seu tempo para fazer a diferença em histórias como a de Vanessa. Cada doador pode fazer muita diferença na vida das pessoas. Se você ainda não é um doador, considere começar. Sua contribuição pode salvar vidas.

Hospital Márcio Cunha

 

Hospital geral de alta complexidade com 59 anos de atuação. Possui 558 leitos e três unidades, sendo uma unidade exclusiva para o tratamento oncológico. Atende a uma população de mais de 1,3 milhão de habitantes de 67 municípios de Minas Gerais e conta com cerca de 550 médicos em 50 especialidades, sendo o 6º em número de internações e o 4º hospital em número de partos. Com prestação de serviços nas áreas de ambulatório, pronto-socorro, internação e apoio diagnóstico, atualmente atende 70% pelo SUS, além de convênios e da Usisaúde.

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